Imposto sobre a carne
Imposto sobre a carne
Alemanha debate aumentar imposto sobre a carne para proteger clima
Políticos alemães do Partido Social Democrata e do Partido Verde propuseram aumentar o imposto sobre a carne para proteger o clima e melhorar o bem–estar dos animais confinados.
A proposta prevê que o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) da carne passe dos atuais 7%,taxa reduzida cobrada na maioria dos alimentos no país,para 19%.A carne mais cara poderia,em teoria,reduzir o consumo deste produto,uma vez que alguns deixariam de comprar a proteína animal para economizar.
Alguns integrantes do partido argumentaram que pesquisas mostram que o setor pecuário é responsável por cerca de 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa.Ao produzirem metano e outros gases,os animais impulsionam as mudanças climáticas.O volume destas emissões é comparável a todos gerados por carros,aviões,navios e outros transportes.
Na primeira metade de 2019, os abatedouros na Alemanha mataram 29,4 milhões de porcos, vacas, cabras e cavalos, afirmou o Escritório Federal de Estatísticas.
Os legisladores propuseram ainda usar os fundos adicionais arrecadados com o aumento do imposto para melhorar o bem–estar dos animais confinados no país, em um momento em que a indústria da carne esta sob crescente critica pela forma como trata os animais.
O porta–voz para a agricultura da União Democrata Cristã (CDU), Albert Stegemann, disse estar aberto aos planos “Tal imposto pode ser uma proposta construtiva. Porem, as receitas fiscais adicionais devem ser usadas para apoiar os criadores de gado para ajuda–los a se reestruturar” afirmou Stegemann,que faz parte do partido da chanceler federa Angela Merkel
Já a ministra da agricultura, Julia Klockner, afirmou que as propostas mostraram a importância de apoiar os pecuaristas em meio ao declínio do consumo de carne, mas que não era necessário aumentar o IVA sobre a carne para isso. Ela sublinhou que os agricultores não devem sofrer as consequências dos esforços do governo.
O consumo de carne passou por um crescente escrutínio durante a ultima década, com dietas sem carne, como o vegetarianismo e o veganismo, ganhando força em todo o mundo.
Os cientistas afirmam que a indústria da carne é uma das maiores emissoras de CO2, um dos principais causadores do aquecimento global. Eles pedem medidas ousadas voltadas a diminuir o consumo da proteína animal para combater as mudanças climáticas.
Os partidos de oposição, incluindo as legendas A Esquerda e o populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ,rejeitaram a proposta.
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Brasil
O Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina no mundo, resultado de décadas de investimento em tecnologia que elevou não só a produtividade como também a qualidade do produto brasileiro, fazendo com que ele se tornasse competitivo e chegasse ao mercado de mais de 150 países.
Em 2015 o país se posicionou com o maior rebanho (209 milhões de cabeças), o segundo maior consumidor e o segundo maior exportador de carne bovina do mundo, tendo abatido mais de 39 milhões de cabeças.
A exportação de carne bovina já representa 3% das exportações brasileiras. Representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) ou 30% do PIB do Agronegócio.
CO2:
O rebanho bovino brasileiro emitiu 392 milhões de toneladas de gases de efeito estufa em 2016.
Isso equivale a 17% de todas as emissões de gás carbônico no Brasil naquele ano
Fontes: www.embrapa.br